Barreiras que nos fazem evoluir
13.01.2025
A necessidade de soluções mais eficientes, seguras e sustentáveis está colocando o mercado de embalagens em um cenário de transformação, com estimativa de crescimento de 5% a 8% ao ano até 2030; neste contexto, embalagens de papelcom barreiras plásticas, em particular, têm se destacado como uma área de inovação, com tecnologias que buscam melhorar a preservação dos produtos ao mesmo tempo em que atendem às exigências ambientais.
Em primeiro lugar, é importante destacar que as barreiras plásticas são parte do cotidiano dos consumidores: elas desempenham papel essencial na proteção dos produtos embalados contra fatores externos, como: umidade, oxigênio, luz e contaminação, além de manter a qualidade dos alimentos, como sabor e frescor. Sem essas barreiras, seria impossível transportar e armazenar alimentos perecíveis por longos períodos.
Alinhado à importância prática desses produtos, como citado anteriormente, o mercado está em crescimento: o segmento de cartões projeta uma expansão anual de 1,9% até 2030, chegando a 56 milhões de toneladas. Segmento com maior destaque, o Food Service Board, projeta uma taxa de crescimento anual composta de 3,5%, chegando a 5 milhões de toneladas, e o Folding BoxBoard, que deve crescer a uma taxa de 3,6% ao ano para 15 milhões de toneladas. O mercado global de barreiras para embalagens celulósicas apresenta um crescimento anual de 7,7%. [1]
Quando se fala sobre embalagens que contém plástico, contudo, muitas pessoas ainda associam o material à ideia de não ser reciclável, o que não é necessariamente verdade, especialmente quando consideramos o uso de barreiras plásticas em embalagens de papel. No caso das embalagens de papel com barreiras plásticas, o plástico utilizado, como o polietileno, é monomaterial, o que facilita sua separação durante o processo de reciclagem, permitindo que a fibra do papel e o filme plástico sejam reciclados de maneira mais eficiente, ao contrário de estruturas compostas por múltiplos polímeros, como as de embalagens de salgadinhos, que são difíceis de reciclar.
E embora plásticos como o polipropileno (PP) e o polietileno (PE) sejam amplamente utilizados devido à sua leveza e baixo custo, eles têm capacidade limitada de impedir a passagem de oxigênio e outros gases, o que pode comprometer a qualidade dos alimentos. Há ainda as resinas biodegradáveis, como o PPA PLA (resina termoplástica a partir do biodegradável - amido), que são mais caras e têm um desempenho técnico inferior ao do polietileno. No entanto a indústria está gradualmente incorporando alternativas mais sustentáveis, com o uso de barreiras feitas a partir de fontes renováveis, como papéis com resinas plásticas renováveis (polietileno verde).
Atualmente, há grandes oportunidades para reduzir especificações em embalagens e torná-las mais sustentáveis, ajustando-as para uma barreira menos robusta. Um exemplo clássico é o das embalagens de café em pó, que possuem uma estrutura composta por poliéster, alumínio e polietileno. Essas embalagens foram projetadas para conservar o produto por até dois anos, mas a pergunta que surge é: quantas pessoas realmente compram café para armazená-lo por tanto tempo? No passado, essa solução era essencial devido à logística mais lenta e à necessidade de exportações marítimas prolongadas. Hoje, no entanto, com cadeias logísticas mais rápidas, há espaço para repensar e reduzir o tempo de prateleira (shelf-life), abrindo caminho para alternativas mais sustentáveis.
E ao reduzir o tempo de prateleira é possível migrar para estruturas mais simples, como papel combinado com polietileno, tornando-as 100% recicláveis e mantendo as funcionalidades essenciais. Embora essa transição possa resultar em pequenas perdas de desempenho, ela se alinha a um shelf life mais adequado ao consumo atual e atende à crescente demanda por soluções sustentáveis.
A tendência, claro, é que as embalagens de papel não substituam completamente as plásticas, embora a migração para opções mais ecológicas esteja em expansão. Além disso, a crescente demanda por soluções ecológicas ocorre em um ambiente marcadopor complexidade técnica e regulatória, que trazem um desafio adicional à necessidade da indústria brasileira de equilibrar inovação, segurança alimentar e sustentabilidade.
De qualquer forma, o mercado brasileiro de embalagens com barreira plástica está se adaptando às exigências legais e ambientais. Para as empresas do setor, isso significa inovar alinhando essas demandas, juntamente com uma visão estratégica de negócios.
A tendência para os próximos anos é de continuar a inovação com a introdução de materiais mais sustentáveis e o aumento da capacidade de reciclagem. Por isso, a longo prazo, a indústria de embalagens precisa equilibrar a redução do uso de plástico com a eficiência e a funcionalidade das embalagens, garantindo que o custo-benefício seja viável. O futuro do mercado será moldado por essas soluções.
O Grupo Technocoat
Com mais de 25 anos no setor papeleiro, o Grupo Technocoat está instalado em Telêmaco Borba e Araucária, no Paraná, e em Otacílio Costa, em Santa Catarina. Com investimentos contínuos em tecnologia de ponta e na capacitação de colaboradores, a empresa oferece produtos e serviços focados em inovação e sustentabilidade, respeitando boas práticas de segurança, higiene e uso de produtos químicos. Seus produtos são produzidos a partir de fontes renováveis e certificadas pelo FSC – Conselho de Manejo Florestal.