Digitalização da manufatura: Brasil tem um longo caminho para ser Indústria 4.0
19.08.2024
A indústria brasileira vem se modernizando cada vez mais nos últimos anos, com um salto considerável no processo de transformação digital motivado pela pandemia, como mostram estudos recentes. A digitalização de processos associada à incorporação de soluções de automação, segurança cibernética e rastreamento conferem às operações maiores índices de eficiência, rentabilidade, previsibilidade e crescimento.
Mas uma análise mais detalhada da modernização da manufatura do Brasil mostra que ainda temos muito a crescer em termos de processos digitais para a expansão da nossa competitividade internacional. A segunda edição do?Índice de Produtividade Tecnológica (IPT) da Manufatura,?estudo feito pela?Totvs, mostra avanços, espaço para melhora, importância da transformação digital nos negócios e áreas consideradas prioritárias para novos investimentos.
As empresas da manufatura brasileira evoluíram em produtividade nos últimos cinco anos, obtendo média de?0,71 ponto?– em uma escala de 0 a 1 –, frente ao resultado de?0,52 ponto?registrado de 2019. O IPT busca avaliar o uso, internalização e ganho de performance a partir da adoção de sistemas de gestão e tecnologias complementares. Em 2019, 79% das empresas estavam em posição intermediária de maturidade tecnológica, índice que aumentou para 87% em 2024. O que esses números nos mostram é que há um apetite cada vez maior para a adoção de ferramentas tecnológicas no nosso mercado.
Ao longo das últimas décadas, nossa experiência na Zebra Technologies vem nos mostrando que algumas frentes de digitalização são cruciais para o avanço tecnológico da manufatura, entre eles as soluções voltadas ao capital humano (redução de atrasos e erros com procedimentos manuais e entrega de ferramentas que otimizem e facilitem as tarefas dos trabalhadores); rastreabilidade e transparência nos processos com visibilidade de ponta a ponta; e integração entre humanos e IA.
O levantamento da Totvs também mostra que 75% das empresas ainda não possuem soluções de e-commerce, apenas 49% já empregam ferramentas de segurança e 41% de Business Intelligence (BI), o que indica um potencial enorme. A coleta de dados, por exemplo, é um processo vital para o sucesso de qualquer ramo da indústria, funcionando como o combustível que impulsiona a eficiência e a inovação, permitindo um aumento da visibilidade operacional, personificação de processos e otimização dos resultados de produção.
Mas para ir além, é preciso analizar e utilizar esses dados para tomar decisões oportunas e estratégicas, por meio de, por exemplo, sistemas de rastreamento, o que é fundamental para mapear com precisão o fluxo desde a recepção de materiais até o produto final, reduzindo os “gargalos” e aumentando a produtividade.
Os números da Totvs também revelam que os brasileiros têm entre seus objetivos investir mais em digitalização, tendo seis áreas como prioridade: controle da produção (47%), planejamento de produção (47%), qualidade (36%), manutenção de ativos (34%), distribuição/logística (29%) e engenharia (32%).
Ao longo dos próximos anos, a implementação bem-sucedida de ferramentas e soluções tecnológicas nestas áreas, que possibilitem um avanço maior do processo de transformação digital no Brasil, podem nos levar a afirmar que o país chegou, de fato, à Indústria 4.0 e promover a interação entre humanos e a inteligência artificial será um ponto primordial para atingir esta marca.
A colaboração entre humanos e dispositivos para desenvolver sistemas adaptativos e preditivos gerando o aprendizado das máquinas, levando as indústrias, de maneira proativa, a melhorarem continuamente seus processos e antecipar eventos futuros serão benefícios da implementação com sucesso das novas soluções de IA.