O papel das empresas na redução das emissões de CO2
04.11.2015
* Por Julio Molinari |
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Entre 30 de novembro e 11 de dezembro, Paris será sede da COP 21, Conferência das Partes que reunirá nesse ano 196 integrantes da ONU para definir parâmetros para lidar com as mudanças climáticas em todo o mundo. A COP 21 será uma conferência crucial, pois está em jogo um novo acordo internacional sobre o clima e que seja aplicável para todos os países, com o objetivo de manter o aquecimento global abaixo de 2°C a 3°C. O relatório da ONU, feito por cientistas do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), afirma que é necessário aumentar as ações para diminuir as emissões de gases de efeito estufa, que poderão provocar aumento da temperatura do planeta entre 3,7°C e 4,8°C antes de 2100, um nível catastrófico. Para cumprir o objetivo de limitar o aumento médio de temperatura da Terra a 2°C até o final de 2100, países desenvolvidos, como os Estados Unidos, se comprometem em reduzir 50% de suas emissões de gases de efeito estufa até 2030. O Brasil está a caminho de atingir a meta de redução da emissão de gases do efeito estufa, firmada há seis anos, segundo dados da 6ª edição dos Indicadores de Desenvolvimento Sustentável (IDS) 2015, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Porém, ainda há muito o que ser feito por aqui. Apesar de o governo federal não normatizar o uso de tecnologias que reduzam o consumo de energia e consequentemente a redução de emissão de CO2 nas empresas, cabe a nós mesmos, as empresas, nos conscientizarmos de nosso papel na manutenção do meio ambiente. Atividades industriais como produção de aço e ferro, refino de petróleo e fabricação de cimento, celulose e papel usam intensivamente a energia e são responsáveis por, aproximadamente, 85% do total das emissões de CO2 do segmento. O relatório do IPCC aponta que um grande aliado para a redução de emissões de CO2 é a inovação tecnológica. Cada vez mais é essencial a adoção de soluções focadas em eficiência energética, que poupam ou substituem os combustíveis fósseis e proporcionam a redução no consumo da energia elétrica. Atualmente existem diversas tecnologias energeticamente eficientes e que reduzem as emissões de CO2 para áreas como refrigeração de alimentos, ar condicionado, aquecimento de edifícios e controle de motores elétricos. Os sistemas de controle de refrigeração, por exemplo, garantem que o consumo de energia seja, automaticamente, correspondente à necessidade real. Outro exemplo de tecnologia em prol da eficiência energética são os conversores de frequência, que controlam o fornecimento de energia para motores elétricos e podem poupar de 15% a 40% de energia, dependendo de sua aplicação. Não são apenas os líderes de países que devem se envolver com os objetivos da COP, as corporações também podem ter papel atuante nessas discussões. Nosso objetivo na COP 21 como empresa atuante na discussão é ajudar as cidades e os países a alcançarem suas metas de 2050 para energia e emissões. É preciso inserir o tema nos planejamentos estratégicos das companhias e ter consciência que é possível combater as mudanças climáticas por meio de tecnologias já disponíveis. * Julio Molinari é Presidente da Danfoss na América Latina |