Os EUA não têm medo, nem vergonha, de proteger sua indústria contra importações ilegais

06.03.2018

*por Fernando Figueiredo

 

Antes que economistas teóricos de sempre queiram acusar o presidente Donald Trump de ser o Grande Satã do protecionismo, é necessário restabelecer a verdade: EUA, Europa e China sempre defenderam sua indústria.

Desde que o mundo é mundo, os EUA proibiram a exportação de petróleo e gás. Quem quis utilizar os recursos naturais americanos teve que industrializar no país, gerando emprego, renda e riqueza para seu povo.

Além disso, essa mais nova decisão do governo americano na defesa de sua indústria não é isolada, nem recente. Com base em dados divulgados pela Organização Mundial do Comércio (OMC), existem hoje nos EUA 355 processos antidumping (no Brasil, existem apenas 175). E, mais do que isso, o governo americano reduziu fortemente os tributos incidentes sobre a atividade industrial. No Brasil, reduzir impostos para a indústria é subsidio na linguagem de alguns economistas oficiais que se esquecem de que a indústria de transformação paga 44,8% da carga tributária (serviços representa 23,4%, agricultura e extrativa 6,7%), segundo dados do sistema FIRJAN – Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro.

O governo americano sabe muito bem que a indústria é quem oferece os empregos mais bem remunerados e é o vetor de todo o processo de inovação no mundo. Só com uma indústria forte existe país realmente forte.

Na mesma linha a Europa, para impedir a entrada de produtos químicos, criou o REACH, sistema de registro que, existente há mais de 10 anos, nunca proibiu qualquer produto, mas impediu o acesso das pequenas e médias empresas (PME) ao mercado europeu.

E, descaradamente, China, quando perdeu a corrida tecnológica dos catalisadores automobilísticos, simplesmente proibiu a exportação de terras raras, sua principal matéria-prima.

Lição a ser aprendida: TODOS os países do Mundo, EXCETO O BRASIL, defendem sua indústria.

Temos assistido no nosso país a luta indômita de muitos setores industriais para combater a importações criminosas e depois de um longo processo de comprovação técnica segundo as regras da OMC, o governo sob o argumento surrealista de combate à inflação, suspende a imposição dos direitos antidumping. Não importa se esta decisão insana corta empregos no Brasil e transfere empregos bem remunerados para o exterior. Afinal, quem na Esplanada dos Ministérios se importa com 12 milhões de desempregados?

A verdade é que, ao contrário desses pseudo economistas e pseudo conhecedores do mercado internacional, o presidente Trump está decididamente empenhado em gerar emprego e renda para seu povo e riqueza para seu país, por isso, combate com rigor as práticas desleais no mercado internacional.

O resultado é fácil de conferir: em 2017 os Estados Unidos criaram 5,8 milhões de empregos (Bureau OF Labor Statistics), enquanto o Brasil fechou 25.358 postos de trabalho no mesmo período, segundo informações do CAGED.

Acorda Brasil! Siga o exemplo dos EUA, França, Alemanha, Rússia, China e Índia. Defenda e estimule a tua indústria!

Até quando 12 milhões de brasileiros desempregados vão continuar sofrendo com a inércia do Governo?

 

*Fernando Figueiredo, Presidente-executivo da Abiquim