Quarta Revolução Industrial: a era do Business 4.0

Quarta Revolução Industrial: a era do Business 4.0
Tushar Parikh

30.10.2018

*Por Tushar Parikh

Estamos vivendo a Quarta Revolução Industrial. Nesse contexto, mudanças abruptas e profundas motivadas pelas revoluções anteriores também são observadas, mas desta vez tendo a convergência de várias inovações – e não apenas uma, como principal elemento transformador para a forma como vivemos, nos relacionamos e trabalhamos. Chamamos na TCS esta disrupção de era do Business 4.0.

Assim como a eletricidade marcou o começo do século 20 para globalizar e descentralizar a manufatura, agora é a vez do Business 4.0 fomentar a inovação em diferentes segmentos de negócios, reimaginando seu funcionamento. Trata-se de uma transformação profunda, que, baseada nos pilares de Automação, Agile, Inteligência e Cloud, irá promover uma mudança tão significativa nos negócios e na sociedade quanto aquelas vistas nos séculos 18 e 19, quando a máquina a vapor e a mecanização, redefiniram toda uma era. Tem como objetivo incrementar a capacidade de entrega de serviços adaptados e customizados a cada realidade, criando assim valor exponencial.

Esta revolução vem impulsionando a convergência dos mundos físico, digital e biológico. Os rápidos avanços das tecnologias digitais estão mudando as empresas e uma nova geração de negócios ágeis está surgindo, englobando a automatização, a robótica e a inteligência artificial. Nesse contexto, a adaptação ao novo modelo pode ser considerada uma prioridade para as empresas que desejam expandir suas relações no novo ecossistema. Para tanto, é necessária uma profunda mudança de mindset, que perpassa por, entre outras coisas, quatro elementos fundamentais:

Personalização em massa; se refere à superação do individual, mas sem deixar de lado a customização. As organizações deverão ser capazes não apenas de identificarem um segmento, mas de irem além. Ou seja, personalização em massa significa isolar e responder transações individuais customizadas para um único cliente, em uma única instância, mas em grande escala.

Criar valor exponencial; trata-se da possibilidade de um salto qualitativo na criação de valores, o que reflete a demanda dos clientes por melhores produtos, serviços de classe mundial, entrega instantânea e ótimo custo-benefício. As empresas capazes de elaborar esse tipo de proposta irão criar valor exponencial para os seus acionistas.

Alavancar ecossistemas; já que a habilidade de entregar para uma ampla base de clientes e a habilidade de gerar valor exponencial dependem da habilidade de entrega pelo ecossistema, esse é um ponto fundamental. É interessante que os negócios explorem rapidamente as capacidades e recursos de seus parceiros e competidores por meio de plataformas tecnológicas.

Abraçar riscos; as empresas tradicionais geralmente estão condicionadas por recursos limitados, caracterizados por, no mínimo, um plano de cinco anos, ou, no máximo, motivadas pelos relatórios trimestrais. A preferência por um conhecido e testado mindset voltado para a mitigação de riscos precisa ser transformada em 180 graus para o de “abraçar riscos” e “adaptar/transformar sempre”. Assim pode ser possível não apenas responder às ameaças, mas também entregar rapidamente novas capacidades de negócio. No geral, uma mudança de mindset é essencial para ir de “otimizar recursos escassos” para “aproveitar a fartura”.

Por meio da convergência entre Inteligência, Agilidade, Automação e Cloud será dado o suporte necessário para que seja possível criar plataformas tecnológicas em que, efetivamente, se aproveite a abundância de recursos, permitindo observar a transição entre o limitado e o praticamente infinito universo do Business 4.0.

*Country Head do Brasil da Tata Consultancy Services