Dados da indústria: 2022 terminou com avanço das vendas e aumento de salários, e 2023 volta sua atenção para taxa de juros e controle da inflação
12.02.2023
Segundo a pesquisa Levantamento de Conjuntura (FIESP/CIESP), no consolidado do 4º trimestre, o ano de 2022 foi positivo para a economia nacional devido, principalmente, ao avanço da vacinação contra a Covid-19, que possibilitou a reabertura por completo da atividade econômica de todos os setores, com especial ênfase aos serviços.
Com isso, a taxa de desemprego melhorou e, no último dado divulgado pelo IBGE, estava em 8,1% (novembro/2022). Outros fatores positivos como a liberação do FGTS, a prorrogação e aumento do Auxílio Brasil e as medidas fiscais adotadas pelo governo federal, colaboraram para resultados positivos, principalmente nos dois primeiros trimestres de 2022.
No entanto, a guerra entre a Rússia e a Ucrânia, a inflação acima do teto da meta, a incerteza fiscal, a economia mundial em desaceleração e as incertezas envolvidas no processo eleitoral foram contribuições negativas para a atividade econômica do país.
No consolidado do 4º trimestre, as vendas reais cresceram na comparação com o trimestre anterior (+5,3%). As horas trabalhadas na produção se mantiveram estáveis (0,0%), enquanto os salários reais médios (-0,1%) e o NUCI (-0,5 p.p.) decaíram no dado trimestral. No fechamento do ano de 2022, as vendas reais avançaram 1,6% e os salários reais médios cresceram 2,4% na comparação com o ano de 2021.
No acumulado de 2022, a balança comercial brasileira teve superávit de US$62,2 bilhões no agregado dos produtos, e déficit de US$62,0 bilhões quando são considerados apenas os produtos da indústria de transformação.
Desafios em 2023
Para 2023, ressalta-se a atenção para o patamar da taxa de juros (SELIC), na condução da política econômica, no controle da inflação, destaque especial para a Reforma Tributária e a criação do novo arcabouço fiscal, a diminuição da política de covid zero da China, além do horizonte de desaceleração das principais economias mundiais que, inevitavelmente, afetam a atividade econômica do Brasil.
O Sensor do mês de janeiro encerrou em 50,9 pontos, resultado inferior ao mês anterior – de 52,3 pontos. As leituras, acima de 50,0 pontos, indicam elevação da atividade industrial paulista no mês.
Sobe e desce
Segundo dados divulgados pelo SIDOCAL (Sindicato da Indústria de Doces e Conservas Alimentícias no Estado de São Paulo), entidade sindical representativa de mais de 3 mil empresas que industrializam produtos à base de atomatados, condimentos e temperos, molho de soja, doces e conservas alimentícias, as exportações dos produtos SIDOCAL caíram 8,1% em dezembro de 2022 em relação ao mesmo mês do ano anterior, enquanto as importações cresceram 16,0% nesta mesma comparação. Assim, o saldo da balança comercial foi déficit de US$46,0 milhões ante déficit de US$ 37,6 milhões em dezembro de 2021.
No acumulado de 2022, as exportações dos produtos SIDOCAL cresceram 18,6% em relação ao mesmo período do ano anterior, enquanto as importações cresceram 10,4% nesta mesma comparação. Assim, o saldo da balança comercial foi déficit de US$495,0 milhões ante déficit de US$ 455,3 milhões no acumulado de dezembro de 2021.
Como uma entidade patronal, o Sidocal tem como finalidade defender todos os interesses das empresas do setor, como as negociações coletivas de trabalho, revisão dos tributos e questões relacionadas à sustentabilidade. Possui comitês especializados para atender as mais variadas demandas, a saber: Fiscal/Tributário; Qualidade/Tecnologia; RH; Agrícola; CEOs/Empresários.
De acordo com a secretária executiva do Sidocal, Vanessa Accunzo, a atuação dos comitês, principalmente nesse momento em que pensa muito em reconstrução, em fortalecer o cenário econômico, a produção, o emprego e a renda pelo trabalho, é fundamental. “Discutimos ações voltadas ao crescimento sustentável do setor e fomentamos meios de executá-las, de modo que as empresas tenham o Sidocal como uma entidade estratégica e eficiente na busca de soluções que ajudem o setor a prosperar cada dia mais”, explica.