Dados indicam que indústrias de alimentos e bebidas devem adotar melhores práticas para o uso de água
20.07.2021
Os possíveis riscos financeiros e de danos a imagem resultantes do mau gerenciamento dos sistemas de água e águas residuais em uma empresa é o assunto de um novo relatório publicado hoje. O documento, ‘Tratamento de águas de processo e águas residuais na indústria alimentícia’, chama a atenção para a grande quantidade de água usada no processamento de alimentos e bebidas, encorajando as empresas a agirem para diminuir os seus riscos.
As indústrias de alimentos e bebidas usam enormes volumes de água, tornando o tratamento de águas de processo e residuais, uma tarefa essencial em toda linha de produção. Fazem parte do tratamento, procedimentos específicos determinados pelas normas de descarte ambiental, os quais são complexos e de alto custo.
"Uma empresa que coloca pessoas, produtos ou o meio ambiente em risco, por administrar mal seus sistemas e processos, pode sofrer severas consequências financeiras e causar danos a sua imagem no mercado”, comenta Renato Monticelli, da Watson-Marlow Brasil. "Contudo, há várias ações práticas que as
empresas podem adotar para aprimorar seus procedimentos e tornar seus processos mais eficientes."
As águas usadas nos processos de lavagem e preparação dos alimentos, pasteurização, limpeza de equipamentos, aplicação de vapor e esterilização, representam cerca de 31% do consumo em indústrias no setor alimentício. No final da linha de produção, as águas residuais têm que passar por tratamentos rígidos antes de serem descartadas ou reutilizadas.
Em todo o mundo, normas ambientais legalmente válidas, baseadas em legislações como European Water Framework Directive, US Clean Water Act e Australian National Water Initiative, estão em vigor para evitar que rios, lagos, estuários, águas costeiras e lençóis freáticos sejam poluídos. Elas estipulam que efluentes
tratados têm que cumprir altos padrões de qualidade antes de serem descartados ao meio ambiente. As empresas de alimentos e bebidas que violam esses requisitos correm o risco de serem processadas, receberem altas multas, e até mesmo terem suas autorizações de descarte revogadas.
As plantas industriais mais eficientes optam por uma combinação de abordagens preventivas, reativas, proativas e preditivas. Os operadores executam ações corretivas e seguem procedimentos detalhados para garantir que os processos operem eficazmente, mas a escolha do equipamento usado também é um fator
muito importante.
“O tratamento das águas de processo e residuais é fundamental para a segurança e a eficiência das linhas de produção de alimentos e bebidas, e deve ser mantido em um alto padrão de segurança e confiabilidade,” diz Renato Monticelli. “Selecionar equipamentos que sejam confiáveis, eficazes, de fácil operação e manutenção é especialmente importante em áreas de risco, como em um processo de dosagem de produtos químicos, onde o potencial de erros humanos tem que ser minimizado.”
O relatório analisa os processos críticos de tratamento de água na produção de alimentos e bebidas, apresenta estudos de caso e oferece orientações práticas. Ele busca mostrar como diminuir os riscos de violações nas áreas de saúde, segurança e conformidade. A água é um recurso que tem se tornado cada vez mais escasso e, como demonstrado no relatório, a indústria de alimentos e bebidas é o setor que mais consome esse insumo. A parte final do relatório discute questões de sustentabilidade e aconselha os fabricantes a identificarem oportunidades para aumentar a eficiência do uso de água em cada etapa do seu processo, e a passarem a seguir práticas mais sustentáveis.
Imagem: Ane Lane