Indústria reduz custo logístico em 10% com operação intermodal entre Santos e Jundiaí
29.03.2018
Em apenas três meses de operação, o Terminal Intermodal de Jundiaí (TIJU) já vem proporcionando ganhos logísticos expressivos para empresas da região. A Amcor, indústria de garrafas PET, reduziu em 10% seus custos de transporte entre o porto de Santos e sua fábrica de Jundiaí, desde que passou a utilizar a ferrovia da MRS e o pátio de armazenagem da Contrail Logística.
A operação logística da Amcor começa com a saída do produto semimanufaturado de sua unidade em Manaus. De lá, os tubos plásticos, que darão origem às garrafas, seguem via navegação de cabotagem até Santos. Após subir a Serra do Mar por ferrovia, os contêineres ficam estocados no TIJU, até que sejam solicitados pelo cliente.
“Contar com um terminal em Jundiaí nos permite levar a carga para a nossa fábrica quase como um just in time. No momento em que preciso, peço para entregar o produto. Assim, não preciso manter um estoque tão grande na entrada da linha de produção”, conta Sonia Pedroni, diretora de Supply Chain da Amcor.
A executiva lista os ganhos obtidos com a operação intermodal. “Se considerarmos o custo de combustível no transporte rodoviário, mais pedágios e manutenções, a ferrovia é muito mais barata. Nós encontramos uma oportunidade de redução de custo, neste trecho de Santos a Jundiaí, da ordem de 10%, podendo chegar a 40%, quando a operação estiver estabilizada, com outras sinergias que estamos buscando”, revela.
Sonia Pedroni destaca ainda o transit time desta operação. “O serviço tem sido muito bom. Não perdemos nada em termos de tempo de transporte de Santos a Jundiaí. Hoje se faz em um dia, o que não é nenhum problema para nós”, avalia.
Segurança e sustentabilidade
O gerente comercial da MRS, Rodrigo Carneiro, menciona outros ganhos proporcionados pela ferrovia. “Há a vantagem da segurança operacional. A ferrovia tem índices praticamente nulos de roubo de cargas. Outro benefício é acessar o porto sem filas. Além disso, a emissão de poluentes é menor. Tudo isso acaba culminando em um pacote de custo reduzido na ferrovia”, afirma.
Já Rodrigo Paixão, CEO da Contrail Logística, operadora responsável pelo TIJU, cita outro componente importante: “A confiabilidade. Temos horário certo para chegar e para sair do porto”, ressalta.
Expectativas superadas
Paixão também apresenta números positivos do TIJU nestes três meses iniciais. “O terminal já tem um volume 50% superior ao previsto no início do projeto. Até junho ou julho, devemos receber um trem por dia. E até o fim do ano, o movimento deve ser três ou quatro vezes maior que o estimado”, acredita.
O executivo relata os sinais que fundamentam suas estimativas. “A região é carente desse tipo de solução e Jundiaí tem uma vocação ferroviária. Temos recebido visitas frequentes de empresas em busca destas operações, o que nos deixa muito otimistas”, afirma.