Inteligência Artificial deve movimentar US$ 180 milhões no Brasil
28.09.2018
Em 2025, serviços envolvendo inteligência artificial devem movimentar US$ 36,8 bilhões, segundo estimativas da Intel. Dados apontam que em 2016, Google, Facebook e a Microsoft investiram cerca de US$ 20 bilhões na área. No Brasil, os números são mais modestos. Neste ano, o Sebrae, que produziu relatório sobre o tema, projeta gastos de US$ 182 milhões com IA.
Mesmo com investimentos mais tímidos, o Brasil é o segundo país do mundo que mais utiliza o Watson, motor de inteligência artificial da IBM. “As empresas brasileiras já entenderam que têm condições de utilizar a IA para melhorar seus negócios. Não são apenas as grandes, muitas startups utilizam o Watson”, destaca o líder de vendas da ferramenta no Brasil, Roberto Celestino. Cerca de 20 tipos de indústrias utilizam o Watson hoje. “No setor bancário, a BIA do Bradesco. Na educação, as universidades Anhembi Morumbi são outro exemplo. Instituições de ensino utilizam inteligência artificial para o relacionamento com o aluno ou para ajudar na jornada de estudos”.
O Watson é o motor de inteligência artificial da IBM lançado em 2011. O computador enfrentou os dois maiores campeões de Jeopardy (programa de televisão de perguntas e respostas) e ganhou o desafio.
A ideia básica da introdução de inteligência artificial é ajudar o ser humano em tarefas corriqueiras. “O Watson, por exemplo, tem condições de tomar melhores decisões que os seres humanos para produtividade. Ele analisa rotina, tem parâmetro e não é suscetível a questões emocionais, pelo menos não agora. Isso facilita que as tomadas de decisão sejam melhores por inteligência artificial”, destaca o Presidente da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), Guto Ferreira.
A indústria é um dos setores que tem se destacado na utilização de inteligência artificial. Para Ferreira, a introdução da ferramenta tem condições de aumentar a produtividade. A startup I.Systems, situada em Campinas (SP), atua com IA para o setor produtivo desde 2007. Eles utilizam um programa de computador para entender as rotinas das indústrias e melhorar a produtividade, como explica um dos fundadores, Igor Santiago. “O nosso sistema é configurado, sem interrupção da produção. A partir da configuração, o sistema continua aprendendo, e ele vai se adaptando para gerar ainda mais economia”.
Uma das principais atuações do programa é em caldeiras de geração de energia das indústrias. Neste ramo, a startup estima que a inteligência artificial gere uma economia de 2% a 10%. A caldeira normalmente abastece de energia os equipamentos da fábrica. Como são muitas máquinas distribuídas em longas distâncias, o gerenciamento sobre a quantidade de energia necessária para cada momento da produção é complexo. “O nosso sistema fica observando quando são ligados e desligados os equipamentos. Com isso conseguimos aumentar a quantidade de energia gerada pela caldeira quando prevemos que uma máquina vai entrar em operação”.