Oportunidades do Operador Logístico Terceirizado para o transporte refrigerado

Oportunidades do Operador Logístico Terceirizado para o transporte refrigerado

22.04.2024

A cadeia do frio no Brasil desempenha um papel importante na preservação e distribuição de produtos sensíveis à temperatura, como alimentos perecíveis, medicamentos e vacinas. No centro dessa cadeia, encontra-se o serviço de terceirização logística (3PL ou Third Party Logistic, em inglês), essencial na eficiência e segurança do armazenamento e transporte refrigerado.

Entre as vantagens desse sistema, é possível citar a expertise especializada para lidar com os desafios específicos do transporte refrigerado, garantindo o cumprimento das regulamentações de temperatura e segurança alimentar; a redução de custos operacionais, como a manutenção de frota e armazenamento refrigerado, otimizando rotas e processos, resultando em eficiência operacional e redução de desperdícios; além da flexibilidade e escalabilidade que o 3PL oferece para as empresas adaptarem rapidamente sua capacidade de transporte conforme a demanda sazonal e de mercado, sem comprometer a qualidade ou a integridade dos produtos refrigerados.

O 3PL integra o rol de cinco etapas de um processo logístico. Na cadeia do frio, as etapas que se destacam são 2 e 3 (2PL e 3PL), que envolvem os transportadores contratados e têm a responsabilidade de manter a integridade do produto. "O 3PL é o processo de recebimento, armazenamento e distribuição para que estes produtos cheguem aos consumidores em perfeitas condições. Com crescimento exponencial de centros de distribuição e armazenamento (CDs) nos últimos 17 anos, segundo a Global Cold Chain Alliance, no Brasil, há espaço para crescer ainda mais", ressalta Lauro de Toledo Neto, gerente de Pré e Pós Vendas da Thermo King Brasil, empresa líder em soluções de controle de temperatura para o transporte.

"Na indústria de proteínas, por exemplo, em 2023, foram produzidos - segundo a Embrapa - cerca de 7 bilhões de frangos para abastecer tanto o mercado interno quanto o mercado externo. A questão da tecnologia envolvida nesse processo é fundamental, pois entre o nascimento e o abate são 40 dias e a estratégia de distribuição precisa ser muito bem organizada", ressalta Neto.

Para ele, entre os maiores desafios nesse sistema logístico está a capacitação da mão de obra no transporte refrigerado. “Na TK temos treinamentos para operar e utilizar todos os recursos do equipamento como, por exemplo, a pré-viagem. Trata-se de um check-up de forma automática que, ao final, informa se todos os componentes estão 100% funcionando corretamente”, destaca Neto.

Outro desafio apontado pelo especialista é a integração de boas práticas, conforme estabelecido pela norma NBR 14701, que trata dos critérios e procedimentos do controle de temperatura no transporte. "A conformidade com as regulamentações do setor é fundamental para garantir a segurança dos produtos e a proteção aos consumidores. Nesse sentido, a Thermo King participa ativamente difundindo todos esses níveis para embarcar, transportar e distribuir produtos sensíveis à temperatura", explica.

Outros obstáculos estão na própria infraestrutura logística, especialmente em regiões mais distantes dos centros urbanos, o que pode impactar a eficiência da cadeia do frio, além de investimentos em tecnologia. “A adoção de tecnologias inovadoras, como IoT (Internet das Coisas), blockchain e inteligência artificial, pode otimizar ainda mais a gestão do transporte refrigerado, oferecendo maior precisão, eficiência e transparência em todos os processos logísticos. Embora alguns paradigmas já tenham sido superados, ainda é preciso avançar mais”, completa o especialista.

Tais desafios, no entanto, também podem ser observados como oportunidades para o 3PL na cadeia do frio. “Para contornar esse cenário, é preciso oferecer, além de expertise especializada, soluções inovadoras, como a telemetria, por exemplo. À medida que o setor de logística continua a evoluir, espera-se que o 3PL desempenhe um papel ainda mais estratégico na otimização da cadeia do frio e no atendimento às crescentes demandas do mercado nacional”, finaliza Neto.