Proteção contra incêndios em indústrias no Brasil ainda precisa de legislação, apontam especialistas

Proteção contra incêndios em indústrias no Brasil ainda precisa de legislação, apontam especialistas

09.07.2023

As medidas de proteção contra incêndios em indústrias, principalmente as que armazenam e utilizam líquidos inflamáveis, ainda necessitam de debates e leis que padronizem os procedimentos corretos. Foi o que apontaram especialistas durante mesa-redonda sobre o tema na 3ª Semana Nacional da Engenharia de Segurança Contra Incêndios, realizada pelo Instituto Brasileiro de Educação Continuada (INBEC), em 27 de junho. 

Para Marcelo Lima, consultor do Instituto Sprinkler Brasil e participante do evento, a legislação paulista contra incêndios é bem elaborada, mas requer exigências no âmbito industrial. “Os incêndios em indústrias acontecem com grande frequência, mas as exigências legais nos decretos sobre incêndio ainda são fracas e precisam ser revistas”, comenta.

Lima destaca ainda que a NBR 17505-4, que trata sobre armazenagem de líquidos inflamáveis e combustíveis em depósitos, está sendo revista. “Houve uma mudança fundamental na nomenclatura de líquido inflamável para líquidos igníferos, seguindo os padrões da NFPA 30”, analisa.

Outra mudança importante foi a adaptação dos temas tratados pela norma de armazenagem geral - NBR 16981. Também foram introduzidos novos critérios para recipientes IBC, que frequentemente são causas de incêndios catastróficos. Além disso, foi incorporado um anexo sobre proteção para depósitos e barris de madeiras que armazenam bebidas alcóolicas e outro voltado para drenagem de líquidos igníferos.

A necessidade da oferta de uma formação mais qualificada aos profissionais que desejam atuar no combate a incêndios no país também foi discutida pelos painelistas. “No Brasil vemos muito cursos sobre teorias e normas, mas precisamos entender o que ocorre na prática. Incêndio não é apenas seguir uma norma. É preciso entender os motivos, sendo fundamental que os cursos levem isso em conta. Essa foi uma das medidas criadas pelo ISB há anos, com o intuito de elaborar livros e textos criados por pessoas que gostam de compreender o princípio das ocorrências para criar uma comunidade pensante sobre incêndios”, afirma o consultor.